sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Diferente, e muito bom!

Vale a pena ouvir com atenção o novo album do senhor. Num registo mais calmo, Eric Clapton convidou uma série de amigos (Sheryl Crow, Winston Marsallis, Walt Richmond, JJ Cale, Derek Trucks) e gravou temas clássicos do blues com um cunho bastante pessoal. A voz soa cada vez melhor e o fraseado da guitarra é inconfundível. Não tem a força de albuns anteriores (se pensarmos em Reptile, ou Back Home, os ultimos registos de originais), mas todos os temas resultam mt bem, com arranjos diferentes (o blues-contry em "hard Time Blues", ou o cover de "River Runs Deep" de JJ Cale), que tornam este album fácil e bom de ouvir. O tema de abertura, "Travelin'Alone", faz as honras e seguem-se uma série de temas fantásticos. O lindissimo "how deep is the ocean", com um arranjo simples e bonito da London Session Orchestra, ou os coros em "judgement day", revelam pormenores que dão um toque especial às musicas, sem nunca perderem o som "bluesy" se que espera. "when somebody thinks you're wonderful" é pura diversão nos sopros e Sheryl Crow dá a voz em "diamonds made from Rain", a balada mais "comercial" do album, mas com um letra bem conseguida. Para terminar, uma versão de "Autumn Leaves" onde Clapton consegue dizer adeus da melhor forma. A voz soa bem e o solo de guitarra, simples, assina o final. Com produção de Doyle Bramhall II (um dos seguidores de Clapton) e do próprio, o albúm mostra a vontade de fazer música por simples prazer. Daí Clapton  gravar e tocar pela primeira vez alguns dos temas já antigos do reportório do blues e jazz. Com 65 anos ainda consegue lançar um disco diferente do anterior e aproximar-se do fim de carreira da melhor forma. Recomenda-se, portanto!
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