sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A lenda de Tristão e Isolda...para uma aula diferente

Uma lenda que remonta ao século XIII
A história de Tristão e Isolda percorreu a Europa inteira. Trata-se de uma história de amor tão perfeita que jamais poderá ser esquecida. Tristão era um cavaleiro valente e virtuoso, um homem hábil na arte das armas, mas também da poesia e da música, e sobrinho do Rei Marcos. O rei queria casar-se para manter a continuidade à sua linhagem e Tristão prometeu trazer a mais bela das donzelas. Certa manha duas andorinhas trouxeram até à janela do rei uma madeixa de cabelos dourados. O rei exigiu casar-se com a dona daqueles cabelos. Tristão investigou e verificou que se tratava de Isolda. Viajou da Cornualha até à Irlanda onde, por ter derrotado um temível dragão, teve como recompensa por parte do rei a entrega da sua filha: Isolda.
Antes de deixarem a Irlanda, a mãe de Isolda entregou à filha um poção, o elixir do Amor. Obrigada a casar com um homem que não amava, Isolda teria assim um casamento com o rei cheio de amor.
Mas algo de terrivel aconteceu. Durante a travessia, Tristão e Isolda resolveram beber um copo de vinho. Pediram a Brangânia, a aida de Isolda, que lhes servisse 2 copos de vinho, mas esta, por descuido, pegou no frasco errado e deu-lhes a beber...o exilir do amor. O amor eterno inundou-os. Em direcção a Cornualha, Tristão e Isolda ficaram aprisionados num amor mágico e perfeito. Isolda casou com o rei Marcos, mas todas as noites, Isolda escapava-se para amar Tristão em segredo. Alguém consegue imaginar maior traição? Após um infinidade de venturas, desventuras, viagens e duelos, Tristão foi finalmente ferido por uma espada por causa do seu amor por Isolda. Morreu nos seus braços, depois de pronunciar o seu nome 4 vezes. Vendo-o morrer, Isolda não conseguiu suportar a perda do ser amado. O amor eterno de Isolda encarnava em Tristão e, assim, também ela morreu, de tristeza e melancolia, com o cavaleiro morto ainda nos braços. Amor e morte num mesmo destino. Os cadáveres de ambos foram enterrados lado a lado e das suas sepulturas brotaram duas plantas: uma haste de videira e uma de roseira. E, ao passo que cresciam, entrelaçavam-se , e dizem que não houve homem ou mulher capaz de cortar aqueles ramos, sem que de novo voltassem a crescer e enredar-se. O Amor de Tristão e Isolda era eterno, um amor nascido de um preparado mágico e tornado sobrenatural.
Serviu esta lenda para uma aula de cultura musical com uma turma do 4ºano.
A compositor escolhido foi, dada a lenda, o romântico Richard Wagner!
"Canção de Amor e Morte - Acto III", foi a música escolhida para uma análise à instrumentação orquestral.
Depois de ouvirem a lenda, os alunos mostraram-se muito mais receptiveis à audição e comentários à obra.
Uma aula interessante e diferente!
Da próxima vez pego no " Senhor dos Aneis"....Sim, porque outra obra deste compositor é "O Anel dos Nibelungos"!!!
Há que experimentar.

sábado, 24 de janeiro de 2009

...e muitos anos a tocar...boa vida!

Qual será o orgulho de bandas que, ao fim de mais de 40 anos de carreira, continuam a arrastar multidões para os concertos. A prova da qualidade das bandas está, não só na longevidade das suas carreiras, mas também na marca que deixaram nas últimas décadas. Actualmente existirá alguma banda que continue a fazer lembrar daqui a 3 décadas?

Posso dizer que sou sortudo pois já vi grande parte de todos os "dinossauros" que por cá passaram nos últimos 10 anos.

No entanto, ver alguns a deixar a música (caso de Paul Mccartney), ou deixar este mundo (o génio Richard Wright dos Pink Floyd), deixa certamente muita gente a pensar: O que será do panorama musical quando todas as bandas e músicos nostálgicos pousarem os instrumentos?

Dia 22 de Julho lá estarei no Atlântico a ver estes senhores, que continuam em grande forma!



Eagles

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Exagero?


"Penso no encanto que tenho, que sou o talento necessário que pressupõe todo o Rock"

Mick Jagger


Bem, sempre tem mais razões para o dizer do que essa vedeta, o tão odiado vocalista dos Oasis...

Imprescindível!

JJ. Cale - Naturally
Este primeiro albúm do músico, autor do tema "Cocaine", popularizado por Eric Clapton, foi editado em 1971. Um dos melhores dos seus registos, com uma viagem pelos Blues, Folk e Cowntry, e uma ligeira abordagem ao Jazz, uma das influencias de Cale no seu fraseado na guitarra.
A voz calma de JJ. Cale tornam "Magnolia" ou o famoso "After Midnight" em temas bem conseguidos num curto espaço de tempo. Instrumentações e arranjos simples, mas muito eficazes, algo que sempre caracterizou o trabalho de Cale ao longo das ultimas 4 décadas.
Um albúm com curta duração. O ideal para ouvir descontraídamente no carro ou numa tarde de leitura. Para quem não conheça o músico este albúm, juntamente com "JJ.Cale LIVE", é o mais indicado para uma primeira aproximação.
O melhor: Os arranjos simples, a instrumentação característica do Folk e Blues mas, principalmente, a voz calma de JJ. Cale e o estilo inconfundível na sua maneira de tocar guitarra.
O Pior: A curta duração do albúm...
9 /10

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Quim Barreiros depois da Reforma...


E por isto gostamos nós tanto de música...

"A música é capaz de reproduzir, na sua forma real, a dor que dilacera a alma e o sorriso que inebria."
Ludwig van Beethoven

Já chegou!!!

Após algum tempo de espera, já chegou a carta do concelho científico da Universidade do Minho, com a aprovação do tema que escolhi para a minha tese de mestrado. Após um ano árduo para obter a pós-graduação, agora mais um (no mínimo...) para ter no curriculo académico essa palavra toda pomposa: mestre....ou seja, vou ficar mais inteligente...

Agora é que vai ser, tenho um ano para a fazer e ainda tou na capa...

Já Agora, deixo-vos o título:

"A aprendizagem musical da criança no ensino vocacional: razões para a escolha de um instrumento"


Interessante, não? Aceitam-se ideias!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Aula de cultura musical...com direito a momento cómico na sala!

Hoje de manhã, levei o Dvd dos Stones "Shine a Light".

Professor (EU) : Apresento-vos a maior banda de Rock And Roll do mundo, os Rolling Stones.
O concerto abre com "Jumping JAck Flash", que põe de imediato a turma do 4ºano a mexer.

Aluno: Que feio!!! (Referindo-se a Keith Richards)

Professor: Sabiam que já são um bocadito velhos? O vocalista, que se chama Mick Jagger, ja tem mais de 6o anos. Ja viram a energia dele em palco?

(passados 2 minutos...)

Aluna: Professor, mais de 60 anos? Ena, o meu pai tem 38 e nem metade da energia deste...

Vá lá, 90 % da turma reconheceu e cantou a "Satisfaction"

domingo, 18 de janeiro de 2009

Esse grande concerto!

Ao longo dos tempos irei comentar alguns dos concertos que fui vendo nos ultimos 10 anos. Sendo uma das minhas grandes paixões, pergunto a voçês, caros lunáticos, qual o vosso concerto favorito até hoje?


Eu, sem grandes dúvidas, e mais pela emoção gerada pelo concerto do que pela música, escolho estes senhores...
Roger Daltrey & Pete Townshend - The Who
Comentem!

"Um cometa chamado Clapton" - 20.02.01


Numa de alimentar esta nova ideia de escrever no blog, aproveito então para partilhar uma daquelas experiências musicais que me marcaram na adolescência e enquanto músico. De há uns dias para cá, tenho falado com um colega, também ele guitarrista, e companheiro nos "Bintage Band" para irmos a Londres em Maio, ver o Eric Clapton. Devido aos preços dos bilhetes (mesmo em "low cost"), não sei se o desejo se realizará. Em conversa com o Alberto, revivi esse grande dia, 20 de Fevereiro de 2001, em que eu, com os meus 16 anos e iniciante na guitarra, fui de comboio na companhia do Pedro (esse grande maluko, desparecido pelos "states"), para ver o Clapton.
Bem, é engraçado como algo que nos marca tanto perdura na memória de forma tão viva.
A exibir a T-shirt que tinha perdida lá em casa, decorada pelo "je" (que por acaso era da marca Diesel, e valia uma fortuna, embora o facto de ser toda preta tenha levado à sua escolha). fez sucesso. Experienciei pela primeira vez esse cheiro extasiante da erva....tinha uns freaks a fumar uns valentes charros atrás de mim. No final do concerto, embora sem nunca consumir algo dessas coisas mágicas, já saltávamos todos juntos...enfim.
Acho que nunca vi uma primeira parte de um concerto que pusesse o público completamente eufórico: Doyle Bramhall II & Smokestack (o filho de Doyle Bramhall, o baterista do lendário Lightning Hopkins), que vieram apresentar o excelente "Welcome", talvez um dos melhores albúns de Blues Rock desta década. Steve Ray Vauhgn em palco, no corpo de um jovem guitarrista que mais tarde viria a integrar a banda de Clapton até às digressões de hoje. O concerto abriu com "Soulshaker", e quase que consigo lembrar-me na perfeição da sensação sentida com as primeiras batidas.
Depois de quase 1h de concerto, entra Eric Clapton e o resto é história da música para os 16mil presentes no Atlântico. Os Hits estiveram lá todos, incluindo uma surpresa: uma fabulosa interpretação do eterno "Over the rainbow", a fechar o encore e que levou o público à rendição.
Clapton trouxe consigo a sua banda de eleição já desde os finais dos anos 90: Steve Gadd na bateria, Nathan East no Baixo, Andy Fairweather-Low na Guitarra (e voz...e que Voz), David Sancious nos teclados e o brasileiro Paulinho da Silva (que no final do concerto entregou a minha t-shirt ao Eric). Clapton apresentou para além dos eternos clássicos, temas do seu album mais recente "Reptile". Mas foram os temas da velha guarda que marcaram a noite. "Cocaine", "Layla" e até "Badge", deixaram-me em delírio. Mas foi com "River of Tears", numa apoteose final, por riffs e solos com alternâncias de dinâmicas, espantosas, criadas pela banda que fiquei completamente vidrado no guitarrista desde então.
Músico de poucas palavras (muito poucas mesmo), Clapton mesmo sem comunicar com o publico deu a entender que também não precisava de o fazer, pela maneira como tocou.
Momento hilariante do concerto: a entrada de Clapton em palco, sozinho com a sua Martin, para interpretar "Key to the highway" e "Sunshine of your love", com Andy Fairweather - Low a provocar a euforia e risadas no público pela sua maneira fantástica de cantar o dueto com Clapton (ouçam e percebem porquê). Meses depois, quando comprei o "One More Car One More Rider", e o ouvi em viagem de S.Bento até Espinho, pela primeira vez desde o concerto, não consegui conter o riso, que chamou a atenção às pessoas que iam à minha frente.
Terá sido o concerto que mais me marcou enquanto guitarrista. No dia a seguir, 10ºAno em acção, e eu a estudar para o teste de Matemática do dia seguinte, a pensar no coro de de 16 mil pessoas a cantar "She Don't lie...Cocaine". Sempre a recordar cada vez que o ouço...
"Um cometa chamado Clapton", dizia o título da seccção das artes do público. Ainda tenho o recorte, ja descolorado. Foi a minha leitura de fim de dia durante algumas noites, ao som do "Slowhand"
O Melhor: Clapton e a sua banda, pela excelência musical
O Pior: a falta de comunicação com o público, mas que também não se importou com isso.
9 / 10
Alinhamento:
Key To The Highway
Reptile
Tears In Heaven
Bell Bottom Blues
Change The World
My Father"s Eyes
River Of Tears
Goin" Down Slow
She"s Gone
Got You On My Mind
Travellin" Light
Don"t Let Me Be Lonely
Badge
Hoochie Coochie Man
Have You Ever Loved A Woman
Cocaine
Wonderful Tonight
Layla
Encore:
Sunshine Of Your Love
Somewhere Over The Rainbow

Curiosa Passagem...


"(...) Inquieto temor engana o teu ouvido. Não é mais que o rumor da folhagem que sussurra suavemente, alegremente agitada pelo vento.
Não sou capaz de abarcar a vida nem de conceber o mundo na sua justa medida senão através dos sons: os sons trazem-me a verdade(...) "


Fernando Triás de Bes, in O Coleccionador de Sons

sábado, 17 de janeiro de 2009

Tirada num dia de nevoeiro...

"A Espera"

Uma semana calminha...deviam ser todas assim!!

Enquanto não arranco a sério com a minha tese de mestrado, dedico-me mais às aulas de expressão musical. Esta semana, desenvolvi com os meus alunos algumas danças de carácter livre, criadas a partir de músicas comerciais. Obtiveram-se resultados muito engraçados e aliciantes para os miúdos. As músicas selecionadas foram "Hope Of deliverance" de Sir Paul Mccartney (versão http://www.youtube.com/watch?v=cpS8rBrqyYE ) e "Steam" de Peter Gabriel. (versão http://www.youtube.com/watch?v=YB7NhBdgtps )
Para a primeira música, uma dança de roda, de contornos medievais, com a turma a cantar entusiasmadamente o refrão. Pela envolvência sonora, um bem estar eclodiu na sala. Para a segunda, uma espécie de "robôs À solta". O objectivo era desenvolver o sentido de tempo, a noção e marcação da seminima. Resultou em cheio. Ouçam a música e imaginem cerca de 20 miudos a serem robôs, deslocando-se ao tempo da música.
Objectivo cumprido. Os alunos gostaram da actividade (uns mais espevitados do que outros, obviamente).
Aproveitei estes dias para levar o CD do Joe Lovano (que recomendo vivamente) para a aula. O jazz paira no ar. Supreendemente, muitos dos alunos identificam bem o estilo, a instrumentação presente e padrões rítmicos, o que é óptimo. Pelos visto, é bom ser diferente e levá-los a ouvir algo mais do que música comercial.

"It could Happen to You" ...lindo este tema de Chet Baker (uma recente descoberta).
É o meu estudo semanal para a escola de jazz, o tema e o solo vocal genial, onde o timbre e melodia se combinam na perfeição. Ouçam...

Semana de boa criatividade nos Foxrot. Depois de "Andar a correr", mais um original a ganhar forma. "Dia a Começar". A Banda apresenta-se em breve ao vivo. Fiquem atentos ao blog.

Por fim, deixo uma sugestão literária. "O Solista" de Steve Lopez.
Baseado numa história veridica, este romance conta a história de um jornalista que descobre nas ruas um músico sem-abrigo. Um prodígio, antigo aluno da Julliard que devido à esquizofrenia é obrigado a abandonar uma carreira e uma vida promissora. Conhecemos então, através da leitura, o desenvolver de uma amizade consolidada pela música, pela fragilidade humana e respeito pelas virtudes do outro. Um excelente livro com algumas curiosidades de factos reais e alguns momentos cómicos.
Em breve estreia o filme com Robert Downey Jr. e Jamie Fox. Aumenta ainda mais a curiosidade.
Recomendo! ( 4 *)

Porquê "O Músico na lua"

Todos nós pensamos na lua como um local repleto de...silêncio? Torna-se por isso num espaço especial para reflexão ou simplesmente de bem estar. Numa tentativa de trilhar um caminho próprio, junto o dia-a-dia à personalidade e tento sentir-me bem comigo mesmo. Ao longo dos últimos tempos, para quem me conhece bem, tenho estado rodeado por muita coisa que vai aos poucos acontecendo, daí tentar fazer deste blog um pequeno espaço de lazer.
Imaginemos uma sala de estar, devidamente decorada por um músico e repleta de amigos a discutir as coisas mais banais que nos supreendem em certos momentos. Hábitos, desejos, sentimentos, nada deve escapar à partilha com quem nos rodeia.
Começa aqui a minha abertura a todos aqueles que por aqui passarem. Hoje sinto-me feliz...
Sejam bem vindos ao espaço "em rede" de um músico na lua!