A ti, deixo-te o Amor num esboço...
Talvez nunca perfeitamente esculpido...
Levo em troca, para me entreter em dor
Indesejado, quase forma de sabor
Esse estúpido acaso, agora algures perdido, esquecido.
A ti, deixo-te a inocência, num esboço...
Completa-o tu, para eu não o rasgar
Levo em troca, dificil de compreender
E no fim tão simples de perceber:
A sensação que pouco fiz para te completar...
A ti, deixo-te a razão, num esboço...
Não o termines, deixa-o ser a minha frustração...
Levo em troca, sem tempo para reclamar
A traição efémera...mas de que qual olhar?
Ah...essa pura ilusão...
A ti, deixo-te o Amor num esboço...
Apaga-o, foi tempo de se concretizar
Levo em troca, em necessidade de te esquecer
A certeza de que pouco ou nada serviu a agonia
Entre seda e fantasia, num segredo por desvendar.
Qual dos dois foi Amor?
Nenhum, certamente ouviste dizer.