quinta-feira, 25 de junho de 2009


A música e a linguagem apresentam algumas características formais idênticas, nomeadamente em três categorias diferentes: Fonologia – diz respeito a um mundo infinito de sons, organizado em, categorias e que constituem a base da comunicação; Sintaxe – na construção de frases, permite-nos saber se esta é ou não possível na nossa linguagem, como soam os seus componentes e como se ligam palavras; Semântica – permite-nos saber se a frase possui sentido e qual é esse sentido.
A música, tal como a linguagem, tem um sentido: a comunicação. A criança quando canta ou toca comunica e, quando ouve, pensa sobretudo para compreender esse sentido. A criança, enquanto ouvinte, deve estar à descoberta de eventuais sinais, mensagens, sensações e significados. Partindo se um tema, a criança pode usar a expressão musical para deixar fluir a sua imaginação, e seu instinto e poder criativo. O desenvolvimento da criança está completamente centrado na criação e nas reacções que nascem espontaneamente.
A música é um catalisador que provoca reacções na criança, emoções expressas sob a forma de palavras, grafismos, ou qualquer outro tipo de expressão motora. Por isso, considera-se que linguagem e música, em determinado campo (na expressão de sentimentos), são sinónimos. A expressão musical deve proporcionar à criança a oportunidade de explorar o mundo dos sons e expressar espontaneamente as suas ideais musicalmente. O objectivo é levar a criança a usar a linguagem musical de forma expressiva e criativa de forma a poder desenvolver uma atitude positiva para este tipo de manifestação artística, capacitando-a para expressar os seus sentimentos. A criança ouve – vamos ensiná-la a escutar, a tomar consciência com os seus ouvidos. A criança escuta e presta atenção a tudo aquilo que ouve: deve comandar o seu sentido auditivo, compreender o que ouve. A música pode ser usada para desenvolver o sentido auditivo já que a criança é sensível à música. Através da aprendizagem de canções, a criança pode aumentar o seu vocabulário, ampliar a sua estrutura de frases e exercitar a sua memória. Com o auxílio da música, treina a articulação das palavras bem como a sua pronúncia. O objectivo é conceder à criança uma boa capacidade de falar, para ler facilmente a escrever sem erros, isto porque o desenvolvimento da sua linguagem á fundamental para todas as funções mentais. Visto a criança encontrar-se numa fase de crescimento físico, tem a necessidade de se movimentar constantemente. O professor deve desenvolver uma série de exercícios com vista ao desenvolvimento da sua psicomotricidade. Ao som da música, o professor pode desenvolver uma série de exercícios de relaxamento dos músculos da mão e dos dedos. Através de movimentos coordenados e descontraídos, a criança treina a escrita, de pé com o braço todo (plano vertical), ou sentada, fazendo movimentos com a mão e com os dedos na mesa (plano horizontal). Na expressão musical, o professor pode trabalhar a ordenação e coordenação dos movimentos corporais através do ritmo, o que é importante para os gestos indicados anteriormente. O ritmo origina equilíbrio e harmonia na criança. As crianças mais nervosas e agitadas tendem a acalmar, ficando assim mais receptíveis à aprendizagem. O ritmo dado pelo professor deve ser homogéneo. Por exemplo, um ritmo imposto ao movimento estabelecido pelo professor ordena e organiza o exercício. Esta técnica poder ser utilizada na escrita no plano vertical e horizontal. A primeira é também conhecida como Macromímica. A escrita no plano horizontal corresponde à Micromímica. O objectivo é treinar a escrita através de movimentos e gestos grandes, evoluindo depois para os menores, sendo o objectivo conseguir produzir uma escrita cursiva regular. A orientação cedida pelo professor deve acompanhar o desenvolvimento da psicomotricidade da criança, de forma que estes exercícios gestuais possam favorecer uma desconcentração muscular e um maior controlo dos movimentos. O corpo humano parece funcionar como um instrumento musical sensível: vibra com todos os estímulos fornecidos pelo meio, permitindo à criança criar uma musicalidade interior, transmitindo-a depois através dos sentidos.

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